Para quem aí gosta de tirinhas, o artista André Dahmer criou uma genial, chamada "Nada está acontecendo" (veja abaixo). No desenho carregado de ironia, aparecem, na sequência, a frase em questão estampada em um cartaz puxado por um avião, um homem lendo um jornal onde está escrito "tudo normal" e o skyline de uma cidade com outdoors destacando que "está tudo bem", em letras garrafais. O recado serve para muita coisa, inclusive para quem insiste em agir como se "nada estivesse acontecendo" enquanto a crise climática nos engole.
Ou melhor: nos cozinha.
Em meio a uma onda de calor extremo, o Rio Grande do Sul atingiu, nesta terça-feira (4), a maior temperatura já registrada na história climática do Estado, contabilizada de forma regular desde 1910.
Como destacou a repórter Júlia Ozorio, em GZH, a marca de 43,8°C foi anotada por volta das 15h, na estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) localizada em Quaraí, na Fronteira Oeste.
Ok, vai ter gente aí que vai dizer: "É verão e sempre fez calor nessa época do ano". Ou então: "até Porto Alegre já ganhou o apelido de Forno Alegre, qual é a novidade?" Pois é, ganhou mesmo. A questão é que nunca enfrentamos tantas situações extremas em tão pouco tempo.
Sinto informar, mas estamos na Era da Ebulição global e só não vê quem não quer. Ou quem prefere não ver, afinal, é mais fácil seguir levando o mesmo estilo de vida que sempre levamos, como os músicos do Titanic, que seguiram tocando enquanto o barco inquebrável se partia ao meio e afundava no oceano profundo.