
O projeto que pretende religar o antigo aeromóvel da Usina do Gasômetro voltou a ser analisado pela prefeitura de Porto Alegre. Na sexta-feira (7), um grupo de empresas, liderado pela Aerom Sistemas de Transporte, reapresentou os estudos sobre a recuperação da região, que também envolve a revitalização da Praça Júlio Mesquita e de terrenos públicos que hoje estão inacessíveis à população.
Nos primeiros meses de 2024, a Secretaria Municipal de Parcerias já fazia a análise do projeto. Porém, a enchente de maio não só interrompeu as avaliações como fez com que as empresas precisassem atualizar os estudos.
— Devido aos eventos climáticos de abril e maio de 2024, os estudos do projeto necessitaram passar por uma revisão. Agora, eles passarão por análise interna pelos técnicos aqui da Secretaria de Parcerias — informa o secretário municipal de Parcerias, Giuseppe Riesgo.
Foram revisados os pontos de instalação de equipamentos dos sistemas elétricos e de propulsão do aeromóvel. Se o projeto for aprovado pela prefeitura, o veículo teria autonomia por geradores, podendo funcionar em situações de calamidade.
— Foi acrescentada a funcionalidade de resiliência. O sistema poderá servir como equipamento de emergência em situações dessa natureza — destaca o CEO da Aerom, Marcus Coester.
Ampliação
O traçado hoje existente - de um quilômetro - seria apenas uma parte do deslocamento. No futuro, o objetivo é permitir que os usuários se desloquem entre o Cais Mauá e o shopping Praia de Belas.
Além disso, o projeto prevê a construção de um novo prédio de inovação, na esquina das ruas Vasco Alves e Washington Luiz. Galpões, sob responsabilidade do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e que hoje são usados como depósitos, seriam recuperados e virariam espaços públicos acessíveis com museu e restaurante.
As empresas que desenvolveram o projeto propõem uma concessão do espaço por 35 anos. O valor estimado de investimentos ainda não está fechado, pois depende de análises complementares da prefeitura.
Em 2021, a prefeitura lançou um edital de chamamento público para Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Empresas interessadas estudariam a região e apresentariam soluções. O grupo formado pelas empresas Aerom, Plural, Matricial e Domingues e Matos foi o único que manifestou interesse.
Com a conclusão dos estudos, cabe agora à prefeitura avaliar o que pode ser implementado. Se o material for considerado viável, um novo edital será lançado a fim de escolher quem irá tirar a proposta do papel.
Veículo removido
Em 2019, o antigo veículo do aeromóvel foi removido. Ele estava obsoleto e degradado pelo tempo. No ano seguinte, a Fundação Luiz Englert, entidade de apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), emitiu laudo apontando que a linha, com suas vigas e pilares, está apta a ser reutilizada.