A prefeitura de Porto Alegre repassou R$ 180 milhões para as empresas de ônibus ao longo do ano de 2024. A confirmação foi dada pelo prefeito Sebastião Melo ao colunista Matheus Schuch, em Brasília.
O valor do subsídio é um recorde e, segundo Melo, está atrelado à enchente. A prefeitura especulava encaminhar R$ 132 milhões ao setor durante o ano passado.
O repasse de subsídio é uma forma encontrada para segurar o preço da passagem de ônibus. A última vez que a tarifa subiu foi em julho de 2021, quando passou de R$ 4,55 para R$ 4,80.
Em 2025, porém, a tarifa deverá ser reajustada. No fim do ano passado, o próprio prefeito indicou essa possibilidade. Apesar do possível aumento, Melo prometeu durante a eleição que não deixaria de colocar dinheiro público no transporte público.
- Eu vou continuar botando dinheiro público. Nós estamos há três anos não subindo a passagem. E sou totalmente contrário a qualquer taxa para poder tirar da população aquilo que ela não pode pagar mais. Mas vou continuar botando dinheiro público - disse Melo, na ocasião, respondendo a um questionamento feito por GZH.
Rodoviários
O prefeito informa que anunciará o novo valor da passagem em março. Ele diz aguardar o reajuste dos rodoviários. Porém, essa definição já ocorreu.
Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), a convenção coletiva já foi assinada, com vigência a partir de 01 de fevereiro. Os rodoviários receberão reajuste de 4,17% referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) entre fevereiro do ano passado e janeiro deste ano, entre outros benefícios.
Histórico
O repasse de dinheiro público para o transporte público foi adotado pela primeira vez em 2020, de forma extraordinária, por causa da pandemia. Na ocasião, o prefeito Nelson Marchezan injetou R$ 39 milhões no sistema.
Em 2021, uma lei foi aprovada pela Câmara de Vereadores autorizando o repasse de valores para o transporte público. Naquele ano - que foi o primeiro da gestão de Sebastião Melo -, R$ 108 milhões foram transferidos para as empresas privadas.
No ano seguinte, esse valor aumentou para R$ 122 milhões. Já em 2023, foram aplicados R$ 137 milhões como forma de segurar o valor da passagem.
