Anunciada em 2009 como uma das cadeias que iria ajudar a solucionar a superlotação do sistema carcerário do Rio Grande do Sul, a nova penitenciária masculina da cidade de Guaíba avança. As obras no presídio foram retomadas em janeiro, depois de terem ficado cinco anos paradas.
A empresa D & M Construtora, de Brasília, executa os serviços. Com histórico de dificuldades, porém, esse avanço mais recente também enfrenta percalços.
Os trabalhos deveriam ocorrer no prazo de um ano, sem possibilidade de reajustamento de preço. Mas o projeto da retomada não previu algumas adversidades que estão sendo verificadas, como o entupimento da rede de esgoto. Em razão disso, a Secretaria Estadual de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSP) precisou aumentar o prazo e reajustar valores.
- Um dos problemas, embora já houvesse todo o projeto de esgoto pluvial em todo o complexo que está sendo construído, o que se verificou agora é que por, conta deste histórico de obra paralisada, toda a tubulação, todo o esgoto pluvial estava completamente entupido, com problemas de tubulação quebrada, e todo esse processo então vai ter que ser refeito. Então refazendo os projetos de esgoto pluvial - destaca o secretário Mauro Luciano Hauschild.
Pela nova previsão, a construção será finalizada em maio de 2023. A obra, que foi contratada por R$ 17,290 milhões, já está custando R$ 21,01 milhões.
Quando pronta, a cadeia terá capacidade para 672 presos. Ela está localizada às margens da BR-116, no quilômetro 303, próximo à penitenciária feminina.
- Os atrasos não são muitos, mas vão acontecer. Com isso, nós vamos ter que retardar um pouquinho o processo de conclusão da obra decorrente dessas situações que nós fomos identificando ao longo do curso da execução. Isso não nos frusta. Na verdade, são intercorrências que são muitas vezes assim esperadas. Isso vai fazer com que a gente, ao longo de mais 90, 120 dias, tenha condições então de fazer a conclusão da obra - conclui Hauschild.
Parada em 2017
A construção da cadeia foi suspensa depois que foi concluída uma longa discussão com a empresa que realizava os serviços. Os trabalhos começaram em 2010 e foram paralisados em 2017.
O contrato com a empresa PortoNovo Empreendimentos e Construções foi rescindido. O motivo, segundo o governo, é que a empresa abandonou a obra.
Segundo o Piratini, 50% da obra foi executada na sua primeira fase. Dos R$ 19,4 milhões de investimento, a empresa recebeu aproximadamente R$ 10 milhões.
Construção em meio ao mato
Em julho de 2020, GZH visitou o local. Em meio à estrutura de concreto foi encontrado muito mato alto e água empoçada, estruturas de ferro com sinais de corrosão, paredes internas acumulando limo e material de obra abandonado no pátio e dentro do imóvel.