Tem chamado a atenção das pessoas um avião sobrevoando Porto Alegre. Ele já foi percebido na semana passada e na terça-feira (5).
O avião é Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Força Aérea Brasileira. A aeronave será novamente avistada nesta quarta.
Ela está fazendo aproximações na área do aeroporto Salgado Filho. O objetivo é testar os equipamentos de auxilio à navegação aérea, o chamado ILS na (sigla em inglês, Instrument Landing System, ou sistema de pouso por instrumentos).
Os equipamentos precisaram ser desligados quando os trabalhos para ampliação da pista foram iniciados. Com o fim das obras, o sistema foi reinstalado, inclusive nos 920 metros extras da pista. Porém, para entrar em funcionamento, é necessário aguardar a validação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
Ainda não é possível saber até quando ocorrerão os testes. Também é preciso aguardar a validação por parte da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Mas, quando ocorrer as duas homologações, o resultado será publicado no Instituto de Cartografia da Aeronáutica (ICA).
A partir daí, as companhias aéreas tomarão conhecimento sobre as novas condições do Salgado Filho. A Fraport acredita que, com a extensão de mais 920 metros, novas rotas serão abertas. Mas essa decisão cabe às companhias aéreas, que avisarão a administradora do terminal de Porto Alegre sobre novas rotas compatíveis que planejam implementar.
Ampliação da pista
Iniciada em março de 2018, a obra precisou parar em abril de 2021 por causa da demora no reassentamento das famílias da Vila Nazaré. Somente em julho do mesmo ano, a remoção foi concluída.
Contratualmente, a ampliação da pista deveria ter sido finalizada em dezembro de 2021. Mas, a Anac autorizou a prorrogação dos trabalhos em mais oito meses.
Sobre a nova pista
Ao todo, a pista tem agora 3,2 quilômetros, o que irá favorecer mais rotas internacionais a partir de Porto Alegre. O desembarque de aviões de carga maiores permitirá ampliar o transporte de mercadorias.
Chama a atenção que o trecho ampliado não tem taxiway - a faixa que é usada para que as aeronaves possam manobrar e se deslocar até o terminal de passageiros. Segundo a Fraport, essa pista paralela não é necessária neste momento. A obra será avaliada, de acordo com o aumento das operações.
Sobre a área de escape
Diferente de outros aeroportos, que tem a chamada Resa em concreto, a área de escape foi construída com grama, com 240m de comprimento e 150m de largura.
Último compromisso
A ampliação da pista é a última obrigação contratual referente à obras que a Fraport tem com a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Vencedora do leilão realizado em março de 2017, a empresa deverá operar na Capital até 2043, com possibilidade de prorrogação de contrato por mais cinco.
Sonho de duas décadas
O novo terminal do aeroporto foi inaugurado no segundo semestre de 2001. Já naquela data se discutia a necessidade de que o Rio Grande do Sul tivesse um local mais adequado para receber aeronaves de grande porte, o que traria benefícios econômicos proveniente das exportações de produtos gaúchos.