A falta de capacidade de investimento e o alto valor que é gasto com logística colocam atualmente o Rio Grande do Sul refém das concessões rodoviárias para garantir a realização de obras. A avaliação é do secretário estadual de Governança e Gestão Estratégica, Claudio Gastal, que defende que o pagamento de pedágio é a alternativa encontrada.
"O Rio Grande do Sul tem um custo de logística ao redor de 18 a 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Para cada real, R$ 0,18 a R$0,20 saem do bolso do produtor, do caminhoneiro, por incapacidade de logística. Se você comparar e computar isso, em termos de valor, o pedágio sai barato. O ideal seria não pagar pedágio e ter as melhores estradas do mundo. Essa é a equação ótima, mas não é essa a realidade que vivemos. Temos que financiar a logística e a manutenção através do processo de concessões", disse Gastal em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta terça-feira (21).
Até o começo de 2021, o governo espera ter um levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre os 1,02 mil quilômetros de rodovias estaduais que serão repassados para a iniciativa privada. Desse total, 750 quilômetros são atualmente geridos pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que será extinta ao final do processo.
Segundo Gastal, o estudo irá construir a modelagem financeira que permita ter o melhor investimento com o menor valor de tarifa. Ele adianta que o sistema de polos, quando a arrecadação de uma rodovia financia os investimentos em outra, não deu certo no Rio Grande do Sul. A ideia é trabalhar com trechos de estradas, traçando cenários possíveis para depois ocorrerem os debates técnicos e políticos.
Gastal também atualizou o andamento de duas concessões que já tiveram os estudos concluídos. Sobre a Estação Rodoviária de Porto Alegre, o secretário estima que a licitação possa ser finalizada até junho. Atualmente, os órgãos de controle externos e de governo fazem a revisão do edital.
Sobre o zoológico de Sapucaia do Sul, Gastal destaca que o processo ainda irá demorar. Os estudos estão sendo refeitos e o governo está em busca de licenças ambientais, que darão mais atratividade aos investidores. A primeira tentativa de licitação foi concluída em outubro de 2019 e não contou com interessados.
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