O Alfredo era um homem velho, como são quase todos os Alfredos, e estava doente e escalado para ser um dos 800 mil brasileiros que naquele ano morreriam de morte anunciada. Do desfecho que se acercava, não havia nada que pudesse ser feito para evitar. Quando o soube viúvo, comecei a entender a sua solidão, mas ainda assim surpreendia a falta total de familiares, e me dei conta que o horário de visitas acentuava seu sofrimento solitário e silencioso, em contraste com a enfermaria ruidosa pela presença de numerosos visitantes dos outros pacientes.
Palavra de médico
Perdão, o melhor começo do fim
As feridas da alma, tão avivadas com a proximidade da morte, precisam mais do que drogas injetáveis para serem atenuadas
J. J. Camargo