
A Polícia Civil de São Paulo tenta localizar um homem suspeito de abordar e matar a estudante Bruna Oliveira da Silva, 28 anos, na Zona Leste da capital paulista.
Imagens de câmeras de segurança mostraram o homem seguindo a jovem momentos antes de seu desaparecimento, na noite de 13 de abril. Ela havia deixado a estação Corinthians-Itaquera do metrô, a caminho de casa, conforme o g1.
Segundo a investigação, o suspeito, que foi identificado, seria morador da região, mas não conhecia a vítima.
Entenda o caso
O corpo da jovem foi encontrado na quinta-feira (17) em um estacionamento próximo da estação com marcas de agressão e queimaduras.
Bruna estava seminua e apresentava ferimentos, além de sinais de queimaduras. Um sutiã e um saco plástico foram recolhidos pelos peritos.
As hipóteses para a morte incluem agressão física, queimaduras e asfixia, mas somente o laudo final do Instituto Médico Legal (IML) poderá confirmar como ela morreu.
Conforme o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que assumiu o caso, há indícios de que ela tenha sido assassinada.
— Nossas equipes buscam localizar esse homem, que sabemos que é morador da região, mas não conhecia a vítima. Nos vídeos analisados ele aparece seguindo a estudante, depois as imagens não mostram mais nada nem os dois. Suspeitamos que ele a agarrou e a levou para o local onde a matou — afirmou Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, ao g1.
Trajeto até o desaparecimento
Segundo a mãe da jovem, Simone da Silva, Bruna voltava da casa do namorado, no Butantã, na Zona Oeste da capital paulista, no momento em que desapareceu.
Ela chegou a ligar para a mãe dizendo que havia perdido o ônibus e estava com pouca bateria. Por isso, pretendia pedir um carro por aplicativo para voltar para casa, onde morava com o pai e o filho de sete anos.
Após o último contato, por volta das 22h20min, não houve mais atualizações no celular da estudante. O corpo foi reconhecido no IML por meio das tatuagens da jovem.
Depoimentos e investigação
O ex-marido, o atual namorado e outros familiares de Bruna já prestaram depoimento à polícia.
Inicialmente, o caso foi registrado como morte suspeita, mas passou a ser tratado como homicídio após os indícios de violência encontrados no corpo.
A Secretaria da Segurança Pública informou que “as investigações estão em andamento visando o total esclarecimento dos fatos”.
Até agora, não há confirmação sobre a identidade do suspeito flagrado pelas câmeras, mas a polícia trabalha com a hipótese de que ele tenha envolvimento direto com o crime.
Quem era Bruna Oliveira da Silva?
Formada em História pela Universidade de São Paulo (USP), Bruna havia concluído o mestrado na área de História Social em 2020.
Neste ano, ela foi aprovada em um novo programa de pós-graduação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), também da USP, com foco em mudança social e participação política.
A mãe da estudante, Simone da Silva, afirmou que Bruna era engajada na luta feminista e estudava temas justamente ligados à violência contra a mulher.
— Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: "por que não fui eu?". A dor seria bem menor — afirmou Simone à TV Globo
Já o pai da estudante, Florisvaldo Araújo de Oliveira, lembrou com carinho da filha única:
— A Bruna era meu mundo, minha vida. Sempre me dava conselhos, me pedia juízo. Para mim, ela nunca vai morrer. Onde eu estiver, ela vai estar do meu lado, porque ela era meu anjo da guarda. Aonde eu ia, ela falava: juízo, não vai arrumar confusão.