O Armando é um desses vigilantes anônimos que, de carinho em riste, não deixam passar nada que diga respeito ao objeto do seu afeto, ainda que silencioso e anônimo. Não o conhecia até que ele anunciou, por e-mail, que perguntara ao seu clínico se ele achava razoável marcar uma horinha comigo para debater algumas coisas que o angustiavam na plenitude da sua lucidez, aos 92 anos de uma vida bem vivida. Curioso com a iniciativa, combinei um encontro no hospital e, na hora aprazada, lá estava ele, elegantemente vestido, querendo pagar antecipadamente a consulta.
Palavra de médico
Aos 92 anos, Armando fez um pedido: a medicina tinha de ajudá-lo a morrer
Não o conhecia até que ele anunciou, por e-mail, que perguntara ao seu clínico se ele achava razoável marcar uma horinha comigo para debater algumas coisas
J. J. Camargo