A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Em meio às projeções otimistas de negócios para este ano anunciadas durante a 30ª Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a frase “com exceção do Rio Grande do Sul” veio na sequência de muitas delas. Afinal, enquanto o Brasil deve colher uma safra recorde de grãos neste ano, o que já vem embalando, inclusive, a comercialização na feira, o Estado terá, mais uma vez, uma redução de produção pela estiagem. Agora, de 17% no ciclo de verão, segundo a última estimativa divulgada pela Emater.
Abdalah Novaes, líder de Soluções Agrícolas Digitais da Bayer para a América Latina, foi um dos que verbalizou a expressão durante a programação do evento, que é um dos maiores no país:
— Com exceção do Rio Grande do Sul, estamos com uma colheita de soja muito boa (no Brasil), e isso deve aquecer os negócios (da empresa). A negociação de fertilizantes, por exemplo, está em um ritmo acelerado.
A distância entre essas realidades também fica evidente no atual movimento de tomada de crédito. Enquanto os produtores gaúchos aguardam medidas voltadas à renegociação de dívidas passadas, acumuladas por outras estiagens — e algumas enchentes —, os agricultores do resto do Brasil já estão de olho no próximo Plano Safra. Silas de Souza, Gerente de Regulação Agro da Sicredi, observa, inclusive, uma antecipação na procura por linhas de financiamento na feira. Na sua avaliação, isso tem ocorrido em razão da possibilidade de aumento da taxa juros no próximo pacote a ser anunciado pelo governo federal.
*A coluna viajou a Ribeirão Preto a convite de pool organizado pela CDI Comunicação