
No caminho que pode levar produtores gaúchos à renegociação do passivo acumulado por problemas climáticos, a complexidade do percurso contrasta com a urgência para cruzar a linha de chegada. Os "maratonistas do diálogo" sabem, no entanto, que para chegar lá, cada passo dado conta. O mais recente, a reunião realizada na quarta-feira (30) entre representantantes de Farsul, Fetag-RS, Fecoagro, Ocergs e Aprosoja e os das pastas de Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento Agrário.
Alguns pontos importantes saem desse encontro. A prorrogação dos vencimentos de financiamentos está por autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN). A resolução para isso é aguardada para meados da próxima semana. A demora tem relação com o cálculo que precisa ser feito para medir o impacto fiscal da medida e onde serão feitos cortes para acomodar essa prorrogação. Conforme Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul, a cifra para as equalizações é estimada em R$ 358 milhões, e parte desse recurso deve sair do orçamento do próximo Plano Safra. Isso implicaria, conforme o governo, em menor volume de dinheiro ou juros maiores nas linhas destinadas a produtores do RS.
Prioridades na securitização
Houve reforço também do pedido feito pela Farsul para que haja um regramento da taxa de intermediação, como já publicou a coluna.
O tema da securitização foi igualmente abordado, mas a essa altura já se sabe que não terá uma resposta rápida — o custo para viabilizar essa medida sendo um dos principais pontos de atenção e debate. Não se sabe ainda o que virá e se virá. Por ora, se reforçou que devem ser priorizados produtores que estão negativados e altamente endividados com linhas de juros livres e/ou que estejam na iminência de ficarem inadimplentes.
Em entrevista que irá ao ar no Campo e Lavoura da Gaúcha deste domingo (4), o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, avaliou que a securitização "não condiz" com as realidades brasileira e gaúcha, "com o que necessita o conjunto do campo".
Por falar em renegociação
Representantes de 312 sindicatos vinculados à Fetag-RS aprovaram a retomada das mobilizações, no próximo dia 13, na Capital. Eles cobram respostas às reivindicações de quem foi atingido por sequência de problemas climáticos.