A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Além de Katy Perry e outras cinco mulheres, a nave de turismo especial da Blue Origin levou plantas de batata-doce e sementes de grão-de-bico brasileiras ao espaço. Lançado na segunda-feira (14), o voo de turismo espacial durou 10 minutos. Para os pesquisadores da rede Space Farming Brazil, no entanto, foi bem mais do que isso.
Conforme Larissa Vendrame, pesquisadora da Embrapa que participa desse experimento, a viagem espacial vai dar um passo "importante" na direção dos estudos sobre a produção de alimentos em ambientes fora da Terra.
As amostras de sementes e plantas, que vieram da Embrapa, foram expostas a condições adversas, como microgravidade e radiação. Agora, a próxima etapa será a de análise do efeito que essas condições causam nas plantas. A expectativa da rede de pesquisa é de que as plantas possam sofrer algumas mutações que gerem variabilidade genética. E, com isso, se obter novas cultivares mais resistentes a condições extremas.
No espaço, quem conduziu os experimentos com as espécies brasileiras foi uma das seis integrantes da tripulação: Aisha Bowe, ex-cientista de foguetes da Nasa e engenheira aeroespacial.
De acordo com a Embrapa, as espécies foram selecionadas pela sua resistência, valor nutricional e capacidade de crescer em condições adversas. Dessa forma, seriam “candidatas promissoras para alimentar astronautas em missões espaciais”, segundo a entidade.
A participação brasileira, por meio da rede Space Farming Brazil, ocorreu por um convite da Winston-Salem State University (WSSU), da Carolina do Norte. A rede é uma parceria entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira (AEB).