
Em um ambiente bem diferente do vivenciado pelo Rio Grande do Sul, a 30ª edição da Agrishow começa na próxima segunda-feira (28) com expectativa de pelo menos repetir os resultados de 2024, quando o faturamento chegou a R$ 13,6 bilhões. O otimismo tem como base uma realidade de safra cheia projetada para o país na produção de grão e os preços valorizados de produtos como o café.
— Estamos otimistas, achamos que dificilmente teremos uma feira com volume de negócio menor do que do ano passado. Deve ficar muito próximo ou um pouquinho maior do que o ano passado, acho que é a direção para esse ano — projeta Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
O fator "regional" — apesar do alcance nacional da feira — também ajuda a explicar essa perspectiva com relação às propostas a serem encaminhadas nos cinco dias da Agrishow, que termina na sexta (02).
Estevão lembra que café, cana de açúcar e laranja, culturas presentes em Estados como São Paulo, Minas Gerais e parte de Goiás, "estão com uma rentabilidade muito boa".
Para o ano de 2025, a estimativa da Abimaq é de um aumento de 8% no faturamento da indústria de máquinas e implementos agrícolas, com uma soma de R$ 65 bilhões. O percentual é visto como "factível" em razão do resultado colhido na safra de verão no país — mesmo com a quebra do Rio Grande do Sul. Se confirmadas, as 330,3 milhões de toneladas de grãos previstas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) serão um novo recorde da série histórica.
— Houve problemas no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso do Sul e alguma coisa no Paraná, mas no Sudeste, no Centro-Oeste a lavoura foi muito boa — pontua o dirigente da Abimaq.
O ponto de atenção vem dos juros dos financiamentos. Como os recursos do Plano Safra com subvenção das taxas se esgotado antes do período de vigência, há necessidade de buscar linhas com percentuais maiores:
— Isso acaba travando bastante negócios, principalmente a partir de agora, desses meses, até junho (quando é anunciado o novo pacote).
Importante lembrar ainda que a base do comparação do setor de máquinas é baixa. O faturamento recuou 20% em 2024.