
Com uma “pitada mais salgada” em março, o preço da carne bovina para o consumidor tende a ficar estável, pelo menos ao longo do primeiro semestre.
Contudo, noperíodo da chamada entressafra da pecuária de corte do Rio Grande do Sul, pode voltar a registrar altas, mas sem grandes picos, de acordo com o Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro/UFRGS).
— A carne não tem margem para grandes aumentos durante o ano de 2025. A variação do preço não deve ultrapassar 7%, 8% — estima Júlio Barcellos, coordenador do Nespro/UFGRS.
O fio condutor para essa projeção vem se desenrolando desde 2024. Os meses de final do ano costumam ser de valorização da proteína, em razão da demanda aquecida.
A perspectiva era de que os primeiros meses de 2025 fossem de manutenção dos preços praticados em dezembro, com uma possibilidade de recuo a partir de março por conta de uma maior oferta de gado.
O que se viu, no entanto, foi uma alta, entre 3% e 5% na cotação do boi gordo. Conforme Barcellos, reflexo principalmente da estiagem, ainda que regionalizada, registrada em janeiro e fevereiro:
— A majoração nos três primeiros meses (de 2025) praticamente repetiu o que aconteceu com a inflação no país. Claro que o aumento nunca é visto com bons olhos, mas não prejudicou o consumo. Se compreendeu que a alta, de mais de 30% em um ano, repercutida há poucos dias, não é recente, é de recuperação de preços.
A chegada da entressafra tende a valorizar a cotação ao produtor do RS, em até 10% – mas que não terá a mesma proporção para o consumidor, avalia o coordenador do Nespro.
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