
Ingredientes que impulsionaram a alta no preço do ovo também ajudam a explicar, em parte, o recuo nas cotações da proteína. Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, março fechou com redução na maioria das regiões de monitoramento no mercado atacadista. Em Santa Maria de Jetibá (ES) que é o maior produtor do país, houve redução de 18,4% no valor da caixa (com 30 dúzias, referência usada no levantamento) da variedade branca. Ainda assim, as cifras estão em um patamar acima às de igual período do ano passado.
– A realidade (de preço) do alimento agora é outra – avalia José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), sobre o patamar das cotações.
Com a temperatura se estabilizando, os impactos na produção em razão das ondas de calor se diluem. No preço do grão usado na ração dos animais, e que pode impactar sobre custos, há um aceno de estabilidade. O que não deve mudar, por ora, é o apetite externo, inclusive com a procura podendo ser ampliada. O Chile, por exemplo, sinalizou a vinda de missão para auditar o Rio Grande do Sul. O país sul-americano mantém a suspensão adotada desde o ano passado, em razão do foco prontamente encerrado da Doença de Newcastle. A retomada é aguardada com expectativa pelo setor.
Um ponto de atenção no mercado global é a guerra comercial travada pelos Estados Unidos. Santos pontua que “ainda não se sabe quais serão os efeitos para a proteína”.