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Quando o assunto é influenza aviária, não tem jogo ganho, e a vigilância precisa ser permanente — no Estado e no país. O reforço à necessidade de manter em alta os cuidados com a biosseguridade vem dos números recentes da doença. Só em janeiro 38 países e 577 casos ativos foram registrados mundo afora.
A presença do vírus em países mais próximos é outro “sentinela”. A manutenção dos casos do lado de fora de granjas comerciais é um ativo — que torna o risco proporcional — para o Brasil, maior exportador mundial de frango, e o Rio Grande do Sul, terceiro entre os Estados nas vendas externas.
— Não dá para achar que o risco parou. É cada vez maior, temos de reforçar a biossseguridade — destacou Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ao falar sobre os impactos socioeconômicos da doença no 1ª Seminário Estadual de Influenza Aviária realizado na Secretaria de Agricultura.
Para além do quadro do avanço da doença em si, as perdas financeiras diante de um eventual registro em animais comerciais são um argumento contundente.
Considerando os 15 destinos que exigem o status de zona livre da doença para o país, um caso, teria um impacto de quase US$ 24 milhões para o RS em 15 dias, em razão da restrição de embarques.
Um alongamento da suspensão para um prazo de seis meses elevaria o prejuízo para US$ 287 milhões. Considerando o Brasil como um todo, a cifra em meio ano, subiria para US$ 1,7 bilhão.