A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Do campo às prateleiras dos supermercados, o preço do ovo começou o ano em alta — e deve continuar assim até o final do primeiro trimestre de 2025. No mês de janeiro, o valor da proteína já registrou um crescimento de 10,6%, conforme o Índice de Preço ao Produtor Amplo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos explicou durante o quadro Mercado do Agro do Campo e Lavoura deste domingo (19), na Gaúcha, que o cenário tem a ver com os estoques "baixíssimos ou até sem ovos" dos produtores:
— No Rio Grande do Sul, houve uma cautela na produção da proteína e isso diminuiu a oferta.
Santos cita adversidades climáticas como a enchente, o foco da doença de Newcastle em Anta Gorda e incertezas com relação à tributação do ovo (se sairia ou não da cesta básica) como fatores para essa cautela no campo.
Somando-se a esse cenário, agora, continua o dirigente, surge um crescimento da demanda. O setor brasileiro tem sido procurado pelos Estados Unidos para exportação de ovos. O país norte-americano vive uma crise no fornecimento da proteína em razão de casos de influenza aviária.
— O ciclo genético não acompanha esse movimento todo — reforça Santos.
No entanto, o presidente da Asgav descarta a possibilidade de redução no consumo de ovos em razão do aumento de preços porque, na sua avaliação, a proteína deve continuar ainda competitiva.
— A gente está com os pés no chão aqui, com um compromisso de manter o nosso mercado abastecido — reforçou Santos.