
Na contramão do país, que deve colher um novo recorde na produção de grãos, o Rio Grande do Sul amarga mais uma vez perdas em razão da estiagem. No 7º levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os números apontam o prejuízo causado pela falta de chuva na principal cultura de verão, a soja. A projeção de colheita está em 14,61 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 25,7% em relação ao ano passado.
E o que ajuda a explicar, em parte, a a redução de 10,2% no volume total de grãos da estação, de 28,5 milhões de toneladas. Incluindo a produção de inverno, serão 33,9 milhões de toneladas, também um recuo.
— Infelizmente, a falta de chuva e as ondas de calor extremo diminuíram a produção em 8% em relação à safra passada (considerando as produções de inverno e verão). O que puxou essa queda gaúcha foi, principalmente, a soja. As chuvas faltaram em um momento importante, crítico da soja, na floração e no enchimento de grãos — observou Edegar Pretto, presidente da Conab.
Esse volume projetado pela companhia fica um pouco abaixo das 15,07 milhões de toneladas prevista no mês passado pela Emater, no mês passado, em meio à Expodireto. Como ainda há metade da área por colher, segundo boletim semanal da instituição estadual, os dados ainda podem ser ajustados.
Os destaques positivos da produção gaúcha ficam por conta do milho e do arroz, ambos com prognóstico de crescimento, de 13,7% e 15,9%, em relação à safra passada.
Para o país, o grande destaque vem da recuperação do Centro-Oeste, que, em 2024, teve a colheita impactada pelo tempo seco. O Mato Grosso, maior produtor nacional de soja pode atingir uma nova marca histórica, de 49,63 milhões de toneladas — mais de três vezes o volume do RS. Esse resultado também faz com que se vislumbre uma produção histórica do Brasil no grão.