É com um grupo de mais de 20 pesquisadores multidisciplinares e a ajuda da tecnologia que um estudo da Embrapa Pecuária Sul busca identificar a impressão digital da carne bovina do Rio Grande do Sul. Já iniciado, o trabalho deve ser concluído em até três anos.
O corte utilizado para a análise é o do contrafilé, com a estimativa de coleta entre 96 e 130 amostras produzidas em propriedades de diferentes regiões do Estado. E usará a metabolômica, ciência de ponta que permite conhecer a fundo o sistema biológico dos animais, para desvendar esse traço único.
– São ferramentas de cromotagrafia líquida e gasosa acopladas com a espectometria de massas, daí que surge a impressão digital. É como se fosse um “screening” daquela amostra. Vai nos gerar uma imensidão de dados – explica Élen Nalério, médica veterinária e pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul.
Cinco matemáticos estão na equipe que fará a investigação e terão a tarefa de dar conta desse “universo” de informações.
A impressão digital pode dar uma dimensão local e singular da proteína gaúcha. Élen observa que as referências com relação ao consumo de carne são internacionais, sendo que o sistema de produção em outros países “é totalmente diferente”:
– Tudo isso fez a gente ter “o incômodo” de estudar mais a fundo a carne produzida no nosso Estado. Não só pelos nutrientes tradicionais. Vamos pesquisar a fundo mais de 300 componentes presentes e marcadores para identificar essas qualidades futuramente.