A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A projeção de uma safra cheia de soja para este ano, no Estado, pode ter ficado no passado. Ainda que seja cedo para se projetar uma quebra, o presidente da Associação de Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Ireneu Orth, observa que os prejuízos começaram a se multiplicar pelas lavouras da oleaginosa, que é a principal cultura cultivada no Estado.
— Uma safra normal, que se previa, de até 22 milhões de toneladas, é quase impossível de se atingir — disse Orth à coluna.
É o que identifica também a Emater no informativo conjuntural divulgado nesta quinta-feira (9). Conforme texto, "a redução da umidade já causa estresse hídrico em parte significativa das áreas no Estado, reduzindo o potencial produtivo da cultura".
De acordo com o assistente técnico em culturas da Emater, Alencar Rugeri, 23% dos 6,8 milhões de hectares semeados estão na fase mais crítica e, na sua avaliação, "preocupante".
O plantio, que está na reta final, também evoluiu pouco em uma semana diante desse cenário. O Estado está com 98% da área semeada. Na Fronteira Oeste, Noroeste e Norte, a ausência de chuvas paralisou a atividade.
Há pontos, pondera Orth, em que a produtividade segue mantida. A variação também está localizada no tipo de tecnologia empregada. Nas áreas irrigadas (que chega a 3,4% da total no Estado), a colheita de soja deve ser normal. No restante, de sequeiro, porém, há preocupação.
— Tem áreas em que vai ter quebra, mas ainda não sabemos o que isso vai representar na média do Estado. É cedo para falar em números — reforça a percepção Rugeri.