A incerteza sobre o tempo e o tamanho dos efeitos da falta de chuva sobre a produção de grãos no Rio Grande do Sul alimenta a especulação em torno da safra. Cenário que costuma ser “precificado” pelo mercado.
No momento, a falta de umidade traz uma sombra sobre a colheita não só do Estado, mas também de áreas como a da vizinha Argentina. E isso se traduz em uma alta momentânea nas cotações internacionais.
— Quanto mais tempo durar essa seca, infelizmente, maior pode ser o impacto produtivo, e o mercado internacional começa a precificar isso. O primeiro fator disso é uma especulação climática por um potencial quebra produtiva — pondera Felipe Jordy, gerente de Inteligência e Estratégia da Biond Agro.
Embora se considere precoce quantificar em números as perdas, sabe-se que existem e que não será possível chegar às estimativas iniciais da safra. Percepção que vale para milho, soja, pastagens e que, por consequência, afetam a produção de carne e de leite. No caso da pecuária, além do impacto sobre a oferta de alimentação, há o estresse térmico das altas temperaturas, afetando a produtividade.
Tudo depende do clima
Um drama para os agricultores gaúchos, que acumulam um histórico recente ruim, a perda na produção do Estado terá efeito no dado final da safra. Jordy pondera, no entanto, que isso “é ofuscado por uma produção muito grande no Brasil como um todo.” A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de uma colheita de soja no país de 166 milhões de toneladas – a Biond Agro estima quantia superior.
Há ainda a perspectiva de que a chuva volte na medida necessária para “salvar” as lavouras que ainda
— O que acontece no clima hoje é mais especulativo do que fundamentalista, então, é aquele ponto que sobe no boato e cai no fato. Se o clima normaliza, não tenha dúvida de que a pressão negativa sobre os preços volta a ser estabelecida — pontua o gerente.