A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
De uma reunião de trabalho em Jaguari, na Região Central, saíram 11 medidas consideradas urgentes pelo setor produtivo para conter registros de deriva de herbicidas hormonais. Foi o que chamaram de "Carta de Jaguari", que deve ser entregue nas próximas semanas ao governo do Estado. Entidades buscam, no momento, uma agenda com o Piratini para fazer a entrega.
Além do encontro, o setor tenta uma reunião com a Assembleia Legislativa e a realização de uma audiência pública.
A mobilização se deve ao retorno de registros de prejuízos em pomares de uva, oliva, maçã, citros e noz pecan e ao esgotamento de recursos do Estado para a realização de análises que monitoram o problema. No momento, no entanto, não há dados do tamanho do problema — e se está maior do que em anos anteriores.
Na avaliação de Hélio Marchioro, diretor executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e conselheiro do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), que organizou a reunião, o primeiro passo foi dado:
— Um dos frutos já colhidos com o evento foi consensuar as reivindicações entre todo o setor.
Entre as solicitações no documento está a proibição do uso de herbicidas hormonais de agosto a março, o aumento das penalizações e criação de um fundo de compensação para produtores afetados e pesquisas sobre alternativas viáveis ao uso desses produtos.
A mobilização inclui ainda a articulação para a tramitação do Projeto de Lei 2.569/2022, que visa regulamentar o uso de herbicidas hormonais no Brasil. Atualmente, o texto do deputado federal Bibo Nunes está na Câmara dos Deputados. O Consevitis-RS é quem lidera a interlocução com o setor.
No Rio Grande do Sul, já existem instruções normativas que regulamentam o uso desses produtos químicos.
Durante a reunião, a Secretaria Estadual da Agricultura chegou a demonstrar o histórico de atuação da pasta — similar a de países como os Estados Unidos e a Austrália. À coluna, Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal da pasta, também reconheceu:
— Tecnicamente, a Secretaria tem feito o possível. Muitas soluções foram trazidas, mas há casos pontuais que não temos conseguido solucionar.