O plantio de arroz no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, chega ao fim carregando, em parte, as marcas deixadas pela enchente. Duramente afetada pelo tempo, a Região Central poderá ter dificuldade de concretizar a área estimada para a cultura. Ainda faltam semear 18% dos 125,86 mil hectares previstos no local. No Estado, o percentual é de 97,47% com Campanha, Planície Costeira Externa e Fronteira Oeste tendo concluído os trabalhos.
O período de cultivo determinado pelo zoneamento agrícola de risco climático se encerrou no Estado. Uma solicitação de ampliação, até 20 de dezembro, foi feita pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS) a Ministério da Agricultura. A resposta é aguardada e, caso seja positiva, terá efeito retroativo. Essa extensão de prazo é importante para que o produtor tenha as garantias, inclusive de seguro, em caso de problemas.
A Embrapa emitiu uma nota técnica sobre a situação e reforçou que o cultivo na Região Central é realizado principalmente por pequenos e médios produtores, com áreas de até 50 hectares. No cultivo do RS, maior produtor nacional do cereal, a área representa 13,27%. O documento é finalizado com a observação de que "A viabilização do cultivo do arroz por estes pequenos produtores passa também pela segurança jurídica, que a sua inclusão temporária/provisória no zoneamento agrícola de risco climático representaria".
— Apesar de não ser em grandes volumes, a chuva na primavera atrapalhou aquelas janelas que o pessoal precisava de um período maior de tempo seco, para a recomposição das áreas, a reconstrução dos danos na região, por isso está mais atrasada — observa Rodrigo Machado, presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), sobre a área central.
Os produtores seguem trabalhando no plantio na Região Central, mas há uma avaliação de que parte da área acabe não sendo plantada. Por ora, estima-se que possa ser entre 7% e 8%.
— A área final plantada deve ser menor do que a inicialmente projetada — reforça o presidente da Federarroz-RS, Alexandre Velho.
Embora não tenha o poder de trazer grandes alterações na projeção de safra, principalmente porque as regiões de maior peso na produção gaúcha estão com o cultivo concluído, esse espaço em aberto poderá fazer com que os números da colheita não sejam tão grandes como o esperado. Dado do IBGE aponta um volume de 7,9 milhões de toneladas.