A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mais do que a dimensão do impacto, são as soluções para a deriva de herbicidas hormonais no Estado que pautarão o encontro nesta sexta-feira (6), em Jaguari, na Região Central. Organizada pelo Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), a reunião de trabalho foi convocada em meio ao esgotamento de recursos do governo gaúcho e à reincidente reclamação de produtores rurais. E busca fechar o dia, amanhã, com um documento de ações concretas para conter prejuízos em culturas como a de uva, maçã e oliva.
— Queremos sair de Jaguari com indicações de ações para minimizar o fechamento de vinícolas e de atividades dos agricultores. Muitos produtores já estão deixando de produzir. Também observamos a desistência de investimentos em regiões — reforça Hélio Marchioro, secretário executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e conselheiro do Consevitis-RS.
O município escolhido para o encontro também é emblemático para a pauta: tem registrado, mais uma vez, problemas nos vinhedos. De acordo com Marchioro, a Cooperativa Agrária São José, de Jaguari, por exemplo, está tendo de comprar uva de outros municípios pela falta do produto local. A suspeita é de deriva.
No entendimento de Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria Estadual da Agricultura, no entanto, o número de ocorrências para herbicidas hormonais segue "estável". A pasta soma 108 atendimentos neste ano — de suspeita de resíduo, não da comprovação da existência. Em 2023, foram registradas 82 ocorrências com positivo para o químico.
Deriva
A deriva é o deslocamento involuntário de produtos químicos, como herbicidas, para áreas fora do alvo original, devido a fatores como vento e evaporação. Esse fenômeno pode prejudicar plantações sensíveis próximas.