A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Em um novo levantamento divulgado nesta quinta-feira (12), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou uma perspectiva que já era apresentada por outras estatísticas: a de redução no volume de trigo nesta safra em relação ao que se esperava no início do ciclo. Mesmo com o reajuste de dois pontos percentuais para baixo, a perspectiva de recuperação no comparativo com o ano passado se mantém. As 4,1 milhões de toneladas representam alta de 42,3%.
Presidente da Conab, Edegar Pretto atribuiu essa revisão dos números do trigo ao excesso de chuva de outubro.
— A partir do momento que avança a safra, a metodologia da Conab vai se ajustando conforme o andamento. Agora, a safra já foi colhida, mas seguimos divulgando nos próximos meses a estimativa, cada vez mais acurada — esclarece o dirigente.
No Estado, a colheita do cereal está tecnicamente encerrada, conforme a Emater.
A safra de verão
Com o plantio próximo de encerrar no Estado, a safra de verão também mantém a perspectiva de recuperação da produção após a enchente. A percepção também vem dos dados divulgados pela Conab, que continuam projetando o recorde de produção de grãos, com 38,29 milhões de toneladas, aumento de 3,3% em relação o ciclo anterior.
— O clima está muito favorável, com chuva e sol na medida — justificou Pretto.
Principal produto agrícola do Estado, a soja deve alcançar a marca das 20,34 milhões de toneladas produzidas nesta safra. O volume é 3,5% maior se comparado com o ciclo anterior. Até o momento, 80% dos 6,8 milhões de hectares foram semeados.
No arroz, que tem o Estado como principal produtor, a safra pode chegar a 8,26 milhões de toneladas, volume 15,3% maior. O plantio nos 988 mil hectares está tecnicamente encerrado.
Já no milho, a Conab manteve a queda de 11,4%, com 4,3 milhões de toneladas, em razão da diminuição da área plantada. Conforme a estatal, o cenário tem a ver com os insucessos consecutivos das últimas safras, que acumularam períodos de seca. A semeadura está na reta final, com 87% dos 716,6 mil hectares.