O ano de 2024 será de "prato cheio" para a indústria de carne suína, frango e ovos. Pelo menos sete recordes devem ser estabelecidos neste ano, conforme dados apresentados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). E as projeções para o próximo ano são de resultados igualmente positivos.
Um dos destaques fica por conta da carne suína. Produção, exportação e consumo fecharão com desempenho histórico. A maior alta, que pode chegar a 9,8% (ainda falta o mês de dezembro ser contabilizado), está nos embarques da proteína, com potencial de até 1,35 milhão de toneladas.
— Este mês é lucro, nosso 13º — comparou o presidente da entidade, Ricardo Santin, sobre as vendas externas de carne suína, que até novembro já superavam todo 2023.
Diversificação de mercados e apetite crescente das Filipinas são dois ingredientes que entraram na composição dessa receita de sucesso. Os casos de peste suína africana na Ásia e na Europa também abrem espaços para a entrada do produto brasileiro. Foram registros da doença que fizeram os filipinos aumentarem as compras, tornando o país o principal destino da carne suína do Brasil em 2024, desbancando a China.
No frango, os recordes vêm de produção, que deve ficar entre 14,9 milhões e 15 milhões de toneladas, alta de até 1,1%, e da exportação, com até 5,3 milhões de toneladas, aumento de 3,1%. Em relação ao que era esperado para o ano, houve um leve ajuste no volume produzido. A influenza aviária (que no Brasil se mantém longe dos planteis comerciais) e o caso da doença de Newcastle ajudam a explicar essa revisão.
— Esperávamos chegar a 15,1 milhões de toneladas, mas continuamos a crescer — ponderou Santin.
Nos embarques de frango, no entanto, o números foram revisados para cima. Vale lembrar que a influenza aviária também tem registrado novos casos mundo afora. O que traz janelas de oportunidades, mas também reforça a necessidade de o Brasil manter a vigilância reforçada.
— Temos de nos orgulhar da proteína animal como o italiano se orgulha da Ferrari, o francês do perfume. Garantimos comida na mesa do Brasil e ajudamos o mundo — resumiu o presidente da ABPA.
Proteína "fit"
Outros dois recordes estão na produção e no consumo de ovos, com previsão de aumento de 9,8% e de 11,2%. Avanços importantes e que refletem a acessibilidade da proteína e a inclusão na alimentação de quem quer se manter "fit".
As exportações caíram (a queda pode chegar a 29,1%).
— São mais de 1,7 mil ovos por segundo produzidos no Brasil — destacou o presidente da ABPA.