CEO e fundadora da agtech Agrosmart, Mariana Vasconcelos, 28 anos, representa o Brasil no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Filha de agricultores, já foi listada na Forbes Under 30 como uma das 35 jovens mais inovadoras da América Latina. No evento, que ocorre até amanhã, ela falou sobre questões ambientais em encontro na terça-feira (21). Na sexta-feira (24), abordará como a economia de precisão pode contribuir para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. À coluna, ele falou sobre a importância de discutir esse assuntos no setor.
Como avalia o tema central do principal fórum econômico mundial ser o meio ambiente?
Colocar a sustentabilidade em discussão surge por meio desta questão de urgência das mudanças climáticas e o peso de que não adianta falarmos de quarta revolução industrial se não fizermos de maneira sustentável. Foi essa a percepção de urgência de todos os players, instituições privadas, governo, da importância de olhar o ambiente, respeitar e criar práticas sustentáveis para conseguirmos avançar nessa nova revolução industrial e tecnológica.
Como as soluções da Agrosmart se inserem nesse debate?
Trabalhamos com soluções que ajudam o produtor a entender demandas hídricas, irrigar da melhor maneira, conservar água, reduzir custos de energia (...). Vai desde o monitoramento da lavoura com sensores, imagem de satélite e caderno de campo. Em cima desses dados, geramos inteligência da própria Agrosmart. Atuamos com empresas de insumos, sementeiras, defensivos e biológicos. Trabalhamos ainda com indústrias de alimentos e bebidas e com setor financeiro.
A tecnologia permite não só fazer com que se use melhor os recursos e tenha agricultura mais eficiente em produção e sustentabilidade, mas também traz rastreabilidade e transparência.
MARIANA VASCONCELOS
CEO e fundadora da agtech Agrosmart
Qual a expectativa sobre o painel economia de precisão?
Vou levar a bagagem da agricultura de precisão, de como a gente entende o ambiente, a planta, e ver gargalos para adoção da tecnologia. Estamos no fórum para encontrar forças, parceiros, alianças, gente que é tomadora de decisão.
Qual a importância de discutir tecnologias e ambiente para o agronegócio brasileiro?
Temos um agronegócio líder de produção e exportação em diversas culturas e respeitado mundialmente. Quando olhamos os limitantes, das polêmicas ligadas ao setor, muitas estão relacionadas ao ambiente. A tecnologia permite não só fazer com que se use melhor os recursos e tenha agricultura mais eficiente em produção e sustentabilidade, mas também traz rastreabilidade e transparência. Isso aumenta o nível de confiança para o Brasil poder vender para mais lugares e com preço de maior valor agregado. A gente não deve só ser forte na agricultura, mas precisamos liderar uma nova revolução porque entendemos de agro e temos capacidade para desenvolver tecnologia de ponta.
Colaborou Leticia Szczesny
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