Os preços do trigo ainda estão muito longe do ideal para o produtor, mas mudança de tendência no mercado internacional faz soprar uma brisa de alento sobre as lavouras que estão sendo cultivadas no Estado. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostra que as cotações subiram 6,3% no Rio Grande do Sul em junho.
– Deu uma ligeira reagida, mas continua baixo o preço. Houve valorização do câmbio, o que encarece o produto importado, e maior procura das empresas no mercado interno – explica Lucilio Alves, pesquisador do Cepea.
A produção brasileira neste ano é estimada em 5,2 milhões de toneladas segundo a Companhia Nacional de Abastecimento. O consumo gira em torno de 10 milhões a 11 milhões de toneladas. Ou seja, precisamos trazer produto de fora.
É por isso que cotação na Bolsa de Chicago e a moeda americana têm impacto no mercado interno. Completa o tripé de formação de preço, a projeção da produção nacional. Élcio Bento, da Safras & Mercado, diz que a valorização de junho reflete o período de entressafra. Levantamento da consultoria apontou aumento de 5,2% no valor do trigo no mês. Ele também reforça que o preço ainda "é muito baixo"– a tonelada está em cerca de R$ 600, enquanto no ano passado, era R$ 830. Mas há um cenário diferente agora.
– Tem mudança de preço no mercado internacional. Na comparação com 4 de junho, houve aumento de 26% do valor na Bolsa de Chicago. Depois de quatro anos, se desenha mudança de patamar no trigo – observa Bento.