A inflação ainda está baixa, mas há aumentos à espreita do indicador. Crise econômica com alta de preços não é um bom cenário. Em especial, para quem mais sofre com a alta: famílias de baixa renda.
Seu bolso certamente já sentiu as altas que a coluna vem alertando aqui nas últimas semanas. Começando pelos alimentos, o leite disparou, com reflexos fortes agora nos derivados, como queijos e iogurtes. Tem também o arroz, que subiu bastante. Mais recentemente, o susto veio do óleo de soja, que costuma ser mais barato e a opção para a maior parte da população. Além do fato de que o grão é usado em vários outros alimentos e também como alimento de animais. Assim como o milho, que também vem subindo junto com o café.
Os motivos são vários. A alta do dólar reduz a oferta interna dos alimentos porque fica mais atrativo exportar. Ao mesmo tempo, deixa mais caro importar, seja o produto, seja o insumo para fabricá-lo. Além disso, houve aumento forte no consumo de alimentos na pandemia, na esteira do auxílio emergencial que elevou a renda das famílias que gastaram mais com os itens essenciais. Em alguns casos, entressafras e quebra de safra também influenciam. Algumas empresas também alegam aumento no custos para adequar a operação aos cuidados exigidos contra a covid-19.
E vem mais por aí, já que as elevações ainda ocorrem no campo ou um pouco depois na cadeia econômica e, em cascata, chegam mais tarde ao consumidor. O Dieese está fechando a pesquisa da cesta básica de agosto, mas a técnica Daniela Sandi já enviou uma preliminar para a coluna avisando que aumentos estão ocorrendo. Uma fonte do setor de supermercados mostrou preocupação com as novas tabelas de preços enviadas pelos fornecedores.
Há uma informação de que o governo federal venha a reduzir imposto para importação de arroz, milho e soja, para ajudar no equilíbrio de preço. A conferir.
Como cereja do bolo, tem a alta da gasolina e, em menor intensidade do diesel. Além do impacto direto no seu bolso, os combustíveis geram alta em cascata, já que são usados na produção, transporte e armazenamento do alimento. Petróleo está em alta no Exterior e Petrobras tem espaço para novas elevações. Semana que vem, também sobe de novo o preço de pauta do ICMS da gasolina.
Pesquise, mesmo em tempos de pandemia
Não é tempo de ficar passeando em supermercados e nem ficar tocando nos produtos. É preciso evitar o coronavírus. Mas isso não impede a pesquisa, não use como desculpa. Os supermercados seguem publicando no jornal seus catálogos de promoção, avisando qual o melhor dia para economizar. E as redes das cidades costumam alternar os dias ou, melhor ainda para o consumidor, liquidar todas no mesmo, gerando forte concorrência de preços.
Também use e abuse da internet. A coluna tem comprado hortigranjeiros de dois fornecedores, que vendem pelo WhatsApp e também por site simples, mas eficiente. Também faz "rancho virtual" em um atacado gaúcho que passou a vender para pessoa física, além de comprar direto no site de uma grande rede de supermercados com atuação em todo o país. Preços ótimos, entrega em casa e exposição zero ao risco do coronavírus.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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