Duas reuniões importantes foram realizadas nessa terça (29) e nesta quarta-feira (30) em São Paulo sobre o futuro dos investimentos da General Motors no Rio Grande do Sul. À tarde passada, os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari e Edson Dorneles, ficaram por mais de três horas com o comando da GM, incluindo o presidente no Mercosul, Carlos Zarlenga, e o vice-presidente no Brasil, Marcos Munhoz.
Foi detalhada a situação da empresa e reforçado o prazo de dez dias que a GM tem para as negociações. Inclui as conversas com fornecedores e concessionárias, além de governos e trabalhadores. Tudo faz parte do plano de reestruturação para manter ou não os investimentos anunciados para a operação brasileira, que trazem R$ 1,5 bilhão para o complexo de Gravataí. O valor foi anunciado em 2017, os carros novos já estão na linha de produção gaúcha e os modelos têm lançamento previsto para julho de 2019.
Apesar da longa reunião de ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí diz que não há consenso sobre as propostas da montadora. Foram apresentados 21 pontos em reunião no último sábado, mas o foco é a redução de 20% do piso salarial e o corte do pagamento de participação nos resultados que foi acordado em 2017 por dois anos.
Na sexta-feira (01), haverá um encontro nacional de trabalhadores em São Paulo, com funcionários de todas as unidades da GM no Brasil. O movimento é chamado de Brasil Metalúrgico e a reunião é encabeçada pela Força Sindical.
Nesta quarta-feira (30), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esteve em São Paulo em reunião com a direção da GM. O prefeito de Gravataí, Marco Alba, também participou da comitiva. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Leite disse que não tem o temor de que a unidade de Gravataí seja fechada. Acrescentou que a direção da montadora virá ao Rio Grande do Sul dentro dos próximos 15 dias.
— Não chegamos ao ponto de negociação de o Estado fazer qualquer oferta. A reestruturação da empresa está ancorada nos investimentos em São Paulo e na negociação com os sindicatos. Estão negociando com o Estado de São Paulo. Presidente (da GM) diz que, se não tiver o acerto com o governo de São Paulo e com os sindicatos, impacta nas operação de São Paulo, o que impacta indiretamente aqui em Gravataí — acrescenta o governador.
A informação que a coluna tem é que as negociações da GM começaram ainda com o governo de José Ivo Sartori. Prefeito de Gravataí, Marco Alba também participou da reunião e mandou para o Acerto de Contas a percepção do novo encontro:
— A reunião foi mais esclarecedora sobre o plano de reestruturação. O assunto é sério, não é blefe. Estamos correndo riscos de mudanças significativas no plano para a América Latina. Em especial, para o Brasil. Gravataí está intimamente ligada à situação de São Paulo e temos que fazer parte da solução. A pauta da negociação com os trabalhadores também é decisiva. É o que posso dizer por enquanto.