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Que bom que Rio Grande terá quatro grandes navios de transporte de petróleo para construir para a Petrobras, atingindo R$ 1,7 bilhão nos contratos assinados na visita do presidente Lula ao Estado. Ótimo será se conquistar mais embarcações nas próximas licitações, ressuscitando o polo naval. Mas o melhor mesmo será as donas destes estaleiros e a comunidade usarem este momento de respiro para financiarem sua participação na transição energética.
A provocação foi feita pelo próprio Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, empresa que faz o transporte marítimo para a Petrobras e que está contratando os navios que serão construídos no estaleiro de Rio Grande. No painel da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rio Grande e São José do Norte, Bacci lembrou que serão necessários navios para transportar e fazer a manutenção das peças dos gigantes aerogeradores que serão instalados no mar quando finalmente sair a regulamentação da energia éolica offshore em Brasília.
A também painelista Edisiene Correia, gerente de negócios no Brasil da japonesa Shizen Energy, enfatizou a pouca quantidade de empresas que fazem isso.
— São vários tipos e tamanhos de navios. Hoje, no mundo todo, há três ou quatro empresas para instalação destes aerogeradores em água. São empresas que possuem navios guindastes para içar as turbinas. Conforme os aerogeradores crescem (ao maiores já instalados são de 22,5MW), os navios para içamento são construídos — explica.
Que seja essa uma das várias oportunidades que o Rio Grande do Sul agarre na economia da energia limpa do futuro, mesmo sendo financiado por enquanto pelo petróleo e gás. Aliás, quem dera que a mesma articulação para reativar a usina a carvão de Candiota fosse agilizada para conseguir a regulamentação da energia eólica offshore.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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