Será realizado na quinta-feira (29) o primeiro leilão de bem desde que foi decretada a falência da DHB Componentes Automotivos, no início de julho. Será um imóvel em Sapucaia do Sul, avaliado em R$ 1,75 milhão.
A fabricante de peças automotivas foi fundada há 50 anos. Estava em recuperação judicial, tentando vender ativos e manter a operação. O pedido de falência partiu da administradora judicial. No entanto, foi conduzido junto com executivos da empresa, que decidiram não prolongar a situação.
- Já é possível iniciar as estimativas sobre o ativo que será arrecadado na sua totalidade. A perspectiva do ingresso de ativos na falência como um todo é de aproximadamente R$ 20 milhões - avalia a advogada da empresa Gabriele Chimelo, sócia da Scalzilli Althaus.
Do escritório Medeiros & Medeiros e responsável pela administração judicial da recuperação judicial e agora da falência, Laurence Medeiros frisa que é apenas uma estimativa e que depende da efetiva venda dos bens nos leilões. O valor do ativo é a soma de avaliação de imóveis, maquinários e depósitos de recursos que estavam na conta da empresa antes da quebra, além de leilões previstos. Atualmente, a fabricante está arrendada e em funcionamento, com a manutenção e a operação custeada pelo arrendatário.
Créditos trabalhistas
O dinheiro será usado para pagar credores, mas talvez não seja suficiente para os débitos trabalhistas dentro do processo de falência. Dívidas com banco e fisco terão prioridade por lei, diz a advogada Gabriele Chimelo. Segundo ela, são chamados de créditos extraconcursais e restituições.
- São créditos que não teriam prioridade na quitação do débito e que, por uma questão legal, acabam vindo à frente do trabalhador, infelizmente. Mesmo havendo esses credores, há perspectiva de pagamento de parte do débito dos credores trabalhistas, que é onde se faz a justiça social em uma falência - diz a advogada.
Gabriele informa ainda que há outro imóvel encaminhado para leilão, com valor estimado em R$ 17 milhões. Segundo a advogada, os acionistas abriram mão do bem para pagamento de credores.