A inadimplência tem aumentado nos últimos meses. No Rio Grande do Sul, atingiu em abril 2.998.800 pessoas, segundo recorte da pesquisa da Serasa Experian. Na comparação com o final de 2017, são quase 100 mil mais pessoas com nome sujo, como se diz quando o consumidor entrou para o cadastro de inadimplentes.
O Rio Grande do Sul representa 4,9% do total de inadimplentes do país. Em Porto Alegre, são 475.517 pessoas com dívidas atrasadas.
A inadimplência do consumidor registrou novo recorde em abril no país. Foram 61,2 milhões de pessoas. O montante alcançado pelas dívidas atrasadas foi de R$ 271,7 bilhões, com média de quatro dívidas por CPF, totalizando R$ 4.438 por pessoa.
Segundo os economistas da Serasa Experian, a volta do crescimento do desemprego no primeiro trimestre do ano prejudicou quem pretendia pagar as contas em dia, já que a falta de emprego é uma das principais causas da inadimplência no país. Ainda de acordo com os economistas, a concentração de compromissos financeiros típicos dos primeiros meses do ano também contribuiu para a elevação da inadimplência do consumidor nos últimos meses.
Por segmento, as dívidas atrasadas com bancos e cartões de crédito em abril de 2018 lideraram. As chamadas Utilities (água, luz e gás) aparecem em segundo lugar, com 19,2%. Na sequência: Varejo, com 12,6%; Telefonia, com 11,5%; Serviços, com 10,9%; Financeira/Leasing, com 10% e Outros, com 7,3%.
Menor poder aquisitivo e o varejo
No início da semana, o empresário Sérgio Galbinski, da Casa Louro e que integra entidades de varejo no RS, enviou para a coluna Acerto de Contas uma análise sobre o poder aquisitivo dos consumidores atualmente, o que impacto nas vendas do varejo:
— Pessoas que neste ano procuram um mesmo produto que já compraram no ano passado agora acham o valor elevado mesmo que não tenha ocorrido reajuste do valor. Isto ocorre pela perda do poder aquisitivo e da dificuldade de fazer sobrar salário no fim do mês. Vários serviços não elegíveis como condomínio, educação, transporte e alimentação tiveram reajuste acima do aumento da renda. Além disso os produtos e serviços com preços administrados pelo governo tiveram reajuste bem acima da inflação. Desta forma, consumidores e empresários têm que trabalhar com menor poder de compra, subtraído por estes reajustes.