
Meu compromisso como comentarista de arbitragem é analisar imagens disponíveis em uma transmissão com a máxima precisão e firmeza possíveis. Isso não significa teimosia.
Se novos elementos aparecem, trazendo detalhes que não haviam sido percebidos, não vejo problema algum em rever uma opinião. Foi o que aconteceu no jogo entre Grêmio e Juventude.
Falo do gol de puxeta de Gustavo Martins aos 51 do segundo tempo, que levou a decisão para os pênaltis. Na transmissão, com os ângulos disponíveis, não vi infração. Parecia um lance normal, com um contato posterior sem gravidade e acerto na bola.
Depois do jogo, porém, surgiu uma imagem frontal — um ângulo que não havia analisado na transmissão em tempo real. No frame a frame, ficou claro que a perna de Gustavo Martins atinge o rosto do jogador do Juventude antes de tocar na bola. Isso muda tudo.
Não é mais uma questão de disputa normal, nem de interpretar se houve ou não jogo perigoso sem contato físico. Houve toque claro no rosto. É falta. O gol foi irregular.
Sempre analiso a arbitragem conforme vejo o jogo e interpreto as regras. Não estou preocupado com quem vou agradar ou irritar com minhas opiniões, mas em ser honesto com os fatos. Não se trata de buscar estar sempre certo, mas de ser honesto com os fatos diante do que acredito.
E aqui está um ponto fundamental no meu trabalho: não se trata de vencer discussões. Se a imagem muda, a opinião pode – e deve – mudar também.
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