
A arbitragem de Francisco Dias na partida entre Grêmio x Ypiranga, no último final de semana, cometeu um erro grave ao expulsar João Lucas. A decisão foi tomada após a interferência do VAR, comandado por Allan Azevedo.
Acredito que essa decisão seja um bom exemplo de como o processo de uso da ferramenta pode ser aprimorado para a reta final do Gauchão.
A jogada em questão aconteceu quando João Lucas disputava espaço com Heitor e João Paulo, do Ypiranga.
O lateral gremista foi empurrado por Heitor e, ao tentar se proteger do choque com João Paulo, acabou atingindo o adversário com o braço.
O detalhe importante: ele já estava desequilibrado pela carga sofrida momentos antes. Ou seja, não houve agressão nem conduta violenta.
No máximo, seria uma falta a favor do Grêmio. Mesmo assim, a revisão do VAR resultou na expulsão — uma interferência desnecessária e uma punição equivocada.
E aqui cabe reforçar alguns pontos cruciais. O primeiro é um alerta que faço desde o início do campeonato: quando a régua de interferência do VAR é baixa, todo lance vira motivo de questionamento.
Isso enfraquece a credibilidade da arbitragem e gera um efeito dominó de insegurança nas decisões.
O segundo ponto é a inversão de papéis. O VAR existe para corrigir erros claros e salvar o árbitro, e não o contrário.
Quando o árbitro de vídeo chama equivocadamente, cabe ao juiz de campo ter personalidade para manter sua decisão, sem se sentir pressionado.
Também vale dizer que a orientação da Comissão de Arbitragem da FGF, comandada por Leandro Vuaden, é de que o VAR deve interferir sempre que houver um braço acima da linha do ombro ou atingindo o rosto do adversário. Mas essa diretriz precisa vir acompanhada de interpretação.
Nem todo braço no rosto é cotovelada ou conduta violenta. É preciso diferenciar um choque natural de uma ação deliberada.
Por fim, uma questão que diz respeito à escala. Francisco Dias já havia cometido um erro grave na rodada anterior, ao marcar um pênalti inexistente para o Avenida contra o Juventude.
Naquela ocasião, foi ao monitor e manteve a decisão equivocada. Agora, talvez pressionado pelas críticas do jogo anterior, acabou aceitando a interferência do VAR sem a frieza necessária para avaliar corretamente o lance.
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