
Se a tarefa do Grêmio é fácil, a do Inter é medonha. A viuvez de Eduardo Coudet ainda deprime no Beira-Rio. Pela amostragem das duas derrotas sob o comando de Abel Braga, a projeção é a pior possível. O novo técnico mudou a parte tática e aboliu a intensidade. Acostumados a jogar de um jeito peculiar, os jogadores parecem perdidos.
O melhor seria Abel fechar acordo em torno de alguns conceitos do argentino, como o 4-1-3-2 com pressão alta. Se não for assim, o jeito é recorrer a uma virtude de Abel: a relação ótima com o grupo e uma capacidade de engajar e emocionar um a um. Um Inter decidido a assinar página épica em BH pode superar a crise.
O América-MG de Lisca e organizado e não se abalou contra o Corinthians, mas o Inter não pode atirar a toalha. O América-MG não é o Bayern. Um ataque com Galhardo e Yuri, mais Edenilson como meia de chegada na área, e não volante alinhado a Lindoso, pode ser um começo. Se, nas laterais, além de Heitor, houver Uendel em vez de Moisés, melhor ainda. A classificação terá de vir mais na alma do que na lucidez.