Faleceu na madrugada de quinta para sexta-feira, no Hospital Santa Rita, em Porto Alegre, Oqueléio dos Santos Galvão. Ele lutava há algum tempo contra o câncer. Estava com 82 anos, segundo contou-me o seu filho, Mauro Galvão, um maiores zagueiros do futebol gaúcho e brasileiro.
O velório de seu Oquelésio está marcado para as 8h deste sábado, no Cemitério João XXIII, na capital gaúcha. O enterro ocorrerá às 11h.
Seu Oquelésio era uma figura muito querida no meio do futebol, sobretudo o gaúcho. Tinha o temperamento do filho, que conseguiu a façanha de ser ídolo oficial de Grêmio e de Inter em ambiente de respeito e tolerância.
Sua presença constante em todos os momentos revelou-se absolutamente decisiva para a carreira impecável de seu filho único. Mauro Galvão foi campeão brasileiro invicto pelo Inter, em 1979, com apenas 17 anos. Quase 20 anos depois, em 1996, já aos 35 anos, repetiu a dose pelo Grêmio.
Isso, claro, sem contar outros títulos, como uma Libertadores pelo Vasco e a Copa do Brasil com o Grêmio de Tite, em 2001, um ano antes de encerrar a carreira quase aos 40 anos, em sua segunda passagem pelo Tricolor.
Seu Oquelésio era figura conhecida e constante no Olímpico e no Beira-Rio. Mauro Galvão nunca teve empresário a representá-lo. Ele e o pai discutiam e decidiam tudo.
O filho herdou o temperamento de Oquelésio, um homem educado, gentil e avesso a provocações ou polêmicas. Tive oportunidade de falar com ele algumas vezes, inclusive depois da aposentadoria de Mauro, que mora no Rio de Janeiro, onde atuou por Bangu, Botafogo e Vasco.
Oquelésio cuidava de um ginásio de futebol sete na Avenida Ipiranga, adquirido por Mauro. Meu filho Pedro brincou na escolinha que funcionava ali, quando era bem pequeno. Ficávamos de papo, trocando ideias e histórias a partir dos pôsteres dos times com os quais Mauro levantou taça, fixados atrás do balcão.
Tratava-se de um conselheiro. E dos bons. A carreira longeja e de sucesso do filho, que disputou a Copa do Mundo de 199o pela Seleção Brasileira, na Itália, indicam que seu Oquelésio não errou nenhum caminho sugerido a ele.