Eduardo Leite (PSDB), Gabriel Souza (MDB) e seus apoiadores ainda estão em festa pela vitória no segundo turno para o governo do Estado. Começam a trabalhar, oficialmente, como governador e vice só no dia 1º de janeiro, mas até lá têm menos de 60 dias de organização — Leite já anda pelo Palácio Piratini às voltas com a transição.
O Rio Grande do Sul terá uma experiência diferente: um governador reeleito. Isso não significa que Leite terá menos trabalho. Ao contrário, com a reformulação de alianças e a renovação na Assembleia Legislativa, precisará reconstruir sua base de apoio de deputados estaduais, que garantiu, nos últimos quatro anos, a aprovação de quase todos os projetos de interesse do Piratini.
Por enquanto, Leite está recebendo felicitações de todos os lados. Inclusive de adversários atuais, outrora aliados. Não se surpreenda se ele abarcar até indicados pelo partido de Onyx Lorenzoni, o PL. É difícil, dado o clima de animosidade entre os dois no segundo turno. Mas, na política, tudo muda muito rapidamente. Getúlio Vargas costumava dizer:
— Política é deixar o cavalo passar.
Não no século 21! A política, por diversas vezes recentemente, mostrou que é um cavalo galopante. Quem diria, por exemplo, que Leite estaria com o MDB depois da eleição anterior, disputada entre ele (PSDB) e Sartori (MDB)? Apesar de o MDB estar rachado em parte do Estado, o partido teve protagonismo na eleição estadual. Leite ganhou a disputa por diversos motivos, inclusive porque o adversário, Onyx, não conseguiu cativar eleitores, mas isso é assunto para outra coluna.
Leite deve estar sendo bombardeado pelos partidos e políticos que aspiram por cargos e estão agora com as narinas tomadas pelo perfume do poder. Uma secretaria ou órgão estadual, dependendo do tamanho e número de cargos, é disputada a tapa. Os dois foram racionais o suficiente no resultado da eleição. Então, adversários de ontem poderão integrar o novo governo do Estado, sem problema, depende das conveniências para a próxima eleição.
A política atual indica que não é possível esperar o cavalo passar.