Passavam dos 50 minutos do segundo tempo e Pedro Ernesto Denardin, aos gritos, pedia o final da partida. A torcida, concentrada, ecoava o mesmo pedido. Por alguns minutos, mesmo em alto som, todos sentiram o silêncio de um encontro único. O Olímpico apareceu na Arena para ver aquele final de jogo.
O Grêmio venceu o Palmeiras por 1 a 0 para seguir sonhando com o futuro. O título brasileiro seria um destino sublime, mas a noite de quinta-feira (21) viveu, na verdade, uma dimensão além do tempo.
Todos que fecharam os olhos naqueles minutos finais sentiram a chegada do velho Olímpico, e os grande confrontos contra o mesmo Palmeiras nos anos 1990 foram revividos em centésimos de segundos.
A dramaticidade do jogo foi apenas um dos ingredientes de uma antiga receita. O ótimo time paulista também. O Grêmio lutou e isso também estava no passado. O gol cedo e a pressão e o sofrimento surgidos a partir dali soaram como antigas cicatrizes de finais felizes. Até um jogador expulso (Villasanti aos 42 minutos do segundo tempo) lembrou o bairro Azenha e suas noites intermináveis.
A noite da vitória do Grêmio recebeu muitos ilustres assistentes na nova casa tricolor. De Leon estava lá, Baidek e China também. Nada, no entanto, foi maior do que os poucos minutos de lembrança do Estádio Olímpico.
O velho Casarão resolveu visitar a Arena exatamente em dia de Grêmio e Palmeiras e isso mudou a cor da noite de Porto Alegre. O tempo parou por segundos e o jogo terminou com uma vitória tricolor. Milhões de torcedores, do passado e do presente, que estavam juntos nesta noite deixaram o estádio sorridentes e cientes que viveram um grande encontro com a saudade.