
Uma leitora de GZH compartilhou sua angústia: casada com um homem de 49 anos diagnosticado com transtorno borderline, ela sente que não aguenta mais a relação. No entanto, recentemente ele buscou tratamento psiquiátrico, e agora ela se pergunta se ainda há futuro para o casal.
Confira no vídeo abaixo a opinião do colunista sobre o caso, no episódio desta semana do Desafio Sentimental, com Carpinejar:
"No Desafio Sentimental GZH, leitora está casada com um homem de 49 anos que apresenta o transtorno borderline. Ela diz que não aguenta mais, só que agora ele procurou tratamento psiquiátrico e me pergunta se a relação é possível.
Não tem como conviver com uma pessoa borderline sem tratamento médico. Até porque esse transtorno traz uma imagem fortíssima de autoabandono, uma imagem depreciativa.
A pessoa sempre pensa que será abandonada e só fala mal de si. Ela fica ali no limite entre neurose e psicose. Conviver com uma pessoa vivendo essa crise é impraticável.
O casamento será sempre tomado por discussões irrelevantes e você terá que lidar com um par que vive testando seus limites. Ele sabe o que irrita você e vai até ali mexer na sua ferida.
Mas se ele está fazendo tratamento, com certeza o romance pode ser até agradável, não somente viável. Ele está procurando ajuda, ele está procurando socorro e não é uma doença incurável.
É uma doença que tem instrumentos de controle e ele pode, inclusive, se abrir mais sem nenhum extremismo.
O que você deve verificar antes de qualquer reconciliação se não é uma propaganda enganosa esse tratamento. Porque é muito difícil quem tem borderline ou quem tem transtorno bipolar seguir com as consultas psiquiátricas, seguir com as consultas psicanalíticas.
Porque ele sabe que para você é importante, mas ele tem que entender que para ele é importante. Precisa ver se ele está fazendo isso para você, para voltar ou para ele, para se manter equilibrado e lúcido.
Ele pode mentir, fingir que está indo ao consultório e, de repente, não está indo. E não duvide disso. Há pessoas que são capazes de relatar o que aconteceu numa consulta não estando nela.
Se for uma motivação sincera para não estragar a sua vida e, principalmente, a vida dos outros, vale a insistência. Mas é bom sempre assinalar isso. Ele está fazendo por ele, não por você".
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