
A noite do Oscar 2025 foi histórica não apenas pelo inédito prêmio conquistado por Ainda Estou Aqui, mas também pela rara demonstração de união nacional em torno de um objetivo comum. Apesar da frustração pela não premiação de Fernanda Torres como Melhor Atriz, o reconhecimento da produção brasileira na maior festa do cinema mundial foi um marco notável. A vitória, antes considerada inalcançável, finalmente se concretizou, enchendo o país de orgulho.
No entanto, o que tornou a noite verdadeiramente especial foi a conexão emocional que se estabeleceu entre os brasileiros. De norte a sul, embaladas pelo clima festivo do Carnaval, pessoas se reuniram para torcer e celebrar juntas. A euforia coletiva explodiu quando Penélope Cruz anunciou: "And the Oscar goes to I'm Still Here, Brazil". Esse momento de celebração remeteu a outros episódios marcantes, como os títulos de Copas do Mundo, os triunfos de Ayrton Senna na Fórmula 1, as conquistas de Gustavo Kuerten no tênis e o ouro olímpico de Rebeca Andrade na ginástica artística. São referências de como nosso povo sabe se unir em torno de metas comuns.
Diante de tanta energia positiva, surge uma reflexão inevitável: por que essa capacidade de união não se reflete na vida política, onde a sociedade permanece profundamente dividida? A polarização atual é o maior obstáculo para a construção de um projeto nacional. Enquanto um lado se dedicar a desfazer o que o outro construiu, a nação continuará estagnada, distante do crescimento econômico e da justiça social.
Nossa história recente mostra que o consenso é possível. Em 1984, milhões foram às ruas no movimento das Diretas Já. Em 1992, a pressão popular foi decisiva para o impeachment de Fernando Collor. Em 2013, protestos contra o aumento das passagens de ônibus se transformaram em grandes manifestações por saúde, educação, segurança e transporte. No cenário atual, mais do que nunca, é necessário entender que não precisamos de salvadores da pátria, mas de um grande projeto de desenvolvimento. Chega de Lula, chega de Bolsonaro! Ponto final nos extremismos! Basta de jogar irmãos contra irmãos! Que o exemplo positivo do Oscar possa inspirar a vida pública, promovendo uma proposta conciliadora capaz de romper com a divisão que atrasa o país.
Unidos pelo Brasil, podemos construir um futuro melhor. A mobilização em torno de Ainda Estou Aqui mostra que, quando queremos, somos capazes de grandes feitos. Que essa vibração inspire não apenas noites de glória no cinema, mas também dias melhores para todos nós.