A colheita vai sair melhor do que a encomenda. Levantamento da Emater deve apontar produção maior do que a prevista no início do ciclo de verão no Rio Grande do Sul. As casas depois da vírgula serão reveladas nesta quarta-feira, mas é possível adiantar que a informação apresentada estará bem próxima da realidade dos campos gaúchos: os dados são coletados em 318 municípios (o que equivale a 82% da área cultivada no RS).
- Sem dúvida, a safra é boa - afirma Clair Kuhn, presidente da Emater.
A expectativa é, sim, por novo recorde, que poderá dar injeção de ânimo à economia do Rio Grande do Sul. Quem acompanha o trabalho do produtor no campo aposta que na soja haverá um ajuste de pelo menos 10% em relação ao primeiro levantamento, quando se previa volume de 14,25 milhões de toneladas. No milho, as elevadas produtividades devem compensar a redução de área perdida para a soja. Até agora, o clima, de maneira geral, colaborou. O risco, neste momento, é apenas a ferrugem asiática.
Nesta terça-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o sexto levantamento de safra - que reflete dados da segunda quinzena de fevereiro. A produção de grãos do Rio Grande do Sul é estimada em 29,92 milhões de toneladas, alta de 4,4% em relação ao ciclo 2013/2014, apesar da quebra de 52,3% no trigo. A soja deve render 14,19 milhões de toneladas. A compensação da perda vem do avanço da oleaginosa.
- A soja responde praticamente por 50% da produção gaúcha - observa Glauto Melo Junior, superintendente da Conab no Estado.
É por isso que a preocupação do setor com a possibilidade de nova paralisação nas estradas neste momento, quando a colheita começa a ganhar ritmo acelerado, é grande. Dentro do parque da Expodireto, em Não-Me-Toque, já pressionam por ações do governo do Estado.