Os efeitos da falta de chuva no Rio Grande do Sul aparecem também nas projeções da safra esperada em áreas de associados de cooperativas. Conforme levantamento da Rede Técnica de Cooperativas (RTC), na média, há uma redução de 21% na produtividade esperada para a soja na comparação entre o dado de outubro e o de 18 de janeiro.
Na prática, significa que o tempo seco desidratou a expectativa que se tinha no início do ciclo para o rendimento da principal cultura do verão. Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS), Paulo Pires acrescenta:
— Essa é a média. Temos uma alta variabilidade, não é uma quebra uniforme. Há perdas de 5% a 55%. Nas Missões e Região Sul, temos uma queda mais acentuada.
Na projeção feita em outubro, a produtividade do grão ficava em 3,65 mil quilos (60,8 sacas por hectare). A variação do rendimento das 21 cooperativas que participam do levantamento era de 55 a 80 sacas. Na projeção de janeiro, estima-se 2,87 mil quilos por hectare (47,8 sacas), com uma variação entre 30 e 65 sacas.
Mais do que o dado isolado, é o contexto que traz preocupação e incerteza ao agricultor gaúcho com essa nova temporada sem chuva ou com precipitação escassa. Foram estiagens na sequência e excesso de chuva em 2024.
— O copo transbordou. A safra de 2022/2023 foi de estiagem severa no RS, coincidentemente quando começaram a cair os preços de commodities. O produtor tem a coincidência de renda menor com o combo de contas do passado — avalia Pires.