Com escritório de remates em Araçatuba (SP), Lourenço Campo desembarcou no Rio Grande do Sul com uma missão: ser olheiro de criadores do Sudeste e Centro-Oeste interessados na genética bovina gaúcha. Na recém-iniciada temporada de primavera, compradores de fora do Estado deverão responder por 20% dos lances.
A procura por raças britânicas para cruzamento com o zebuíno nelore é justificada pela carne saborosa e pelas exportações, que devem crescer com disposição da Rússia de dar prioridade ao produto brasileiro. Contribui a exigência de consumidores por carnes mais nobres e alta na demanda mundial.
- A genética bovina gaúcha é diferenciada, e os cruzamentos com nelore resultam em animais precoces e, consequentemente, com qualidade superior - diz Campo.
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As raças sintéticas brangus e braford são as preferidas de compradores do Centro-Oeste pela melhor adaptação ao clima seco. No Leilão Brangus JMT, na quarta-feira passada em Santa Maria, Campo representou criadores de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
- Eles (os compradores) acompanham pela televisão e eu confiro os animais de perto.
Os lances de outros Estados podem ajudar a elevar o preço pago por reprodutores nesta temporada. A previsão do Sindiler-RS é de que a média fique acima de R$ 8 mil por animal ante R$ 7,7 mil em 2013.
- De cinco anos para cá, pecuaristas brasileiros intensificaram a procura por touros, ventres e sêmen produzidos no Estado. Isso ajuda a valorizar nosso produto - diz Jarbas Knorr, presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Rio Grande do Sul.
Campo e Lavoura
Genética gaúcha atrai pecuaristas de fora
Criadores do Sudeste e Centro-Oeste buscam raças britânicas no RS
Joana Colussi - Direto da Índia
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