A publicação do edital que autoriza a realização de concurso público para o Ministério da Agricultura é uma boa notícia, que beneficia também o Rio Grande do Sul. No total, são 796 vagas abertas, para diferentes áreas. Uma das categorias contempladas, a de fiscal federal agropecuário, há muito vinha batalhando pela reposição no quadro de profissionais cujo trabalho tem impacto direto sobre o consumidor.
Foi a fiscalização - uma das muitas rotinas dos fiscais federais agropecuários - que permitiu, por exemplo, detectar a fraude de adulteração de leite no Estado no ano passado.
- Nossa ação direta é em defesa do consumidor. Hoje, iremos dar início à campanha Bagagem Legal, no aeroporto, mostrando quais produtos podem ou não ser transportados em viagens - reforça João Becker, delegado estadual do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa).
A última seleção para o cargo havia sido realizada em 2006 - e o último ingresso, em 2007. Como consequência há carências, sobretudo de médicos veterinários. Conforme Becker, atualmente são cerca de 200 fiscais federais agropecuários ativos no Rio Grande do Sul. Desses, 50% têm condições de solicitar aposentadoria. E entre os que podem se aposentar, 80% são médicos veterinários. Esse cenário criou situações em que é preciso deslocar fiscais de um município para outro para atender às demandas.
No ano passado, problemas envolvendo a realização do concurso - o ministério contratou uma empresa para organizar as provas com dispensa de licitação - foram um dos motivos que levaram à paralisação dos fiscais e a protesto durante a Expointer. E embora não atenda todas as lacunas existentes, a seleção atual é bem-vinda, inclusive por abrir oportunidades em outras áreas - como as atividades técnicas de fiscalização e as administrativas. Os salários variam de R$ 2,81 mil a R$ 12,53 mil (veja a informação completa em zhora.co/concursozh). Quem sai ganhando com um serviço público eficiente é toda a sociedade.