Pelo menos no universo dos números, multiplicam-se projeções de recordes sucessivos para a safra brasileira. Se em 2013 o país teve colheita recorde de 186,9 milhões de toneladas, neste ano, a expectativa é de que se chegue a um patamar 5,2% maior, com 196,7 milhões de toneladas de grãos, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume projetado é de 189,56 milhões de toneladas, alta de 0,7% em relação ao ano de 2013.
E a cereja do bolo é o desempenho previsto para a soja, que pode bater a marca de 90 milhões de toneladas - nas duas estimativas. Esse resultado alçaria o país à condição de maior produtor mundial do grão, superando os Estados Unidos.
No ciclo passado, essa vantagem sobre os americanos também estava no horizonte, mas acabou, na prática, não se confirmando. Por um focinho, ficamos em segundo. Ontem, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, foi além:
- O desempenho da soja para esta safra deve ser ainda melhor do que as previsões atuais, podendo alcançar 95 milhões de toneladas. Esse resultado deve-se ao aumento da produtividade.
Pouco provável que se chegue a essa produção - seriam 5 milhões de toneladas a mais do que vêm indicando as principais projeções. E como safra boa é safra colhida, há que se ter um pouco de cautela. O clima tem papel decisivo na boa evolução da cultura, sobretudo aqui no Estado.
Nesta sexta-feira é a vez do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apresentar o relatório mensal de produção e de estoques mundiais de grão. A safra americana deve ser revisada para cima, ficando entre 88,99 milhões de toneladas e 89,27 milhões de toneladas. Números sempre mexem com o mercado. Mas mesmo com valorização menor do que igual período no ano passado, a commodity deve seguir em bons patamares:
- Ainda que se projete uma supersafra para os EUA, a demanda continuará forte, e isso dará uma sustentação favorável aos preços - avalia o analista Farias Toigo, da Capital Corretora.