Os últimos 30 dias e algumas ações do Ministério da Agricultura foram fundamentais para acalmar as turbulências internas que, em setembro, ameaçavam interromper as fiscalizações agropecuárias federais no país. Para lembrar: no mês passado, as principais chefias do Lanagro no Rio Grande do Sul entregaram os cargos - contra o que a categoria denomina de nomeações políticas na pasta -, organizaram protestos diversos e reclamaram do concurso público que estava prestes a vencer e ainda não tinha edital divulgado.
Pois o cenário mudou bastante. Ainda exige atenção e acompanhamento, mas melhorou, reconhece o delegado sindical João Becker, da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa). E se pode dizer que a mais simbólica mudança ocorreu na segunda-feira, quando o ministério nomeou como novo diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária o médico veterinário José Nilton Botelho Ribeiro. Funcionário de carreira, Ribeiro substitui Flávio Braile Turquino, que sofreu forte resistência por parte dos servidores. Também houve outras trocas em diferentes cargos.
- Era uma nomeação política (a de Turquino) e ligada diretamente ao setor privado - explica Becker. - E Ribeiro é fiscal federal há mais de três décadas e exercia há 15 anos a chefia do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal no Mato Grosso do Sul.
Outra vitória, ainda que parcial, foi a inclusão de mais 60 vagas no concurso previsto para o ministério e cujo prazo de lançamento do edital venceria em setembro. A seleção pública, agora, deve ser lançada até março (mas pelo menos não foi perdida) e será realizada para preencher cerca de 230 posições, ante 180 anteriores. Quando um setor importante como o da fiscalização agropecuária anda bem, não apenas os servidores públicos agradecem. A indústria e os consumidores, também.