O avanço de uma frente fria potente e a atuação de um centro de baixa pressão, somados ao calor e à umidade explicam a chuvarada do fim da tarde da segunda-feira (31) em Porto Alegre, Região Metropolitana e Carbonífera.
Na Capital, as rajadas de vento chegaram a atingir 111 km/h e o volume de chuva acumulado foi de 63,8 milímetros (registro na estação do Cristal) — o valor representa cerca de um quarto da média para o mês de março, que é de 229 milímetros.
— Tinha a frente fria avançando, a baixa pressão entre o Paraná e São Paulo, calor e umidade. Tudo isso combinado deixa a atmosfera bem instável, favorecendo a formação de nuvens cumulonimbus, que são nuvens de temporais — explica Stefanie Tozzo, da Climatempo.
Nuvem cumulonimbus
A cumulonimbus, ou cúmulo-nimbo, é um tipo de nuvem com grande desenvolvimento vertical, frequentemente associada a tempestades com chuva forte, raios, trovões, vento forte, granizo e, em alguns casos, tornados.
Na segunda, havia nuvens cumulonimbus sobre Porto Alegre e Região Metropolitana. O que ajuda a explicar a enorme parede d'água que se formou no Guaíba.
Esse fenômeno meteorológico é caracterizado por uma coluna de ar e de água que se forma na superfície da água, seja um lago ou mar, que se estende até as nuvens (veja no vídeo acima, gravado na cidade de Guaíba).
— É basicamente um tornado marinho. Se forma, geralmente, quando se tem essa grande diferença de temperatura e umidade entre a superfície da água e a camada de ar acima dela — explica Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo.
Força do vento
Já sobre a nova ponte do Guaíba, em Porto Alegre, uma carreta tombou tamanha a força do vento.
O aeroporto Salgado Filho chegou a suspender pousos e decolagens entre as 17h e as 18h, prejudicando ao menos três voos que chegavam a Porto Alegre e atrasando nove partidas.
O temporal destelhou diversos imóveis em Porto Alegre, incluindo uma creche na Vila Farrapos e parte do telhado do Cais do Porto. Na região das ilhas, até a subprefeitura teve o telhado arrancado.
Alertas emitidos
Defesa Civil e Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) haviam lançado alertas para o tempo severo com risco para tempestade, granizo e vendaval. Ambos tinham validade entre a noite de segunda e o início da manhã desta terça. Até as 8h desta, não havia sido atualizada a projeção de novos temporais.
Como fica o tempo hoje
A terça-feira seguirá com chuva em todo o Estado. Ao longo do dia, a intensidade diminui, mas volta a aumentar no fim do dia. Existe risco de temporal à noite.
Além da chuva, o avanço de uma massa de ar frio fará com que a temperatura fique mais baixa no Estado, especialmente sobre a Metade Sul, na região da Campanha.
Novos temporais na quarta-feira
Na quarta-feira (2), a previsão é de que a chuva volte a se espalhar pelo Rio Grande do Sul, aumentando novamente o risco de temporais.
Pela manhã, não se descarta precipitação forte na metade sul do Estado, especialmente pela Fronteira Oeste e Campanha. A partir da tarde, as quedas d'água ganham força pelas demais áreas gaúchas.