A nuvem de gafanhotos que se formou na Argentina segue em deslocamento e, na manhã desta quinta-feira, estava a 98 quilômetros da Barra do Quaraí, na fronteira oeste gaúcha.
Juliano Ritter, fiscal estadual agropecuário, afirma que a movimentação dos insetos é acompanhada diariamente e que, no momento, não há risco do enxame chegar ao Brasil. Isso porque um dos fatores que determina a mobilidade dos gafanhotos é o calor:
— O vento está no sentido sudoeste e orienta a nuvem em direção ao Rio Grande do Sul, mas ele não é um fator determinante, o calor é mais importante. E, na província de Entre Ríos, que é onde o enxame está, os termômetros marcam apenas 16°C, e isso dificulta a mobilidade dos gafanhotos.
Caso a nuvem chegue ao território gaúcho, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) prevê a atuação de equipes na supressão dos insetos. O sindicato nacional de empresas da aviação agrícola colocou 400 aeronaves à disposição e 70 estão de prontidão para auxiliar na pulverização de agrotóxicos controlados nas áreas que estiverem no caminho do enxame.
Entretanto, desse montante, somente duas seriam efetivamente usadas na pulverização, as outras ficariam distribuídas em locais diferentes, já que a nuvem é imprevisível e pode se deslocar para outras partes do Rio Grande do Sul rapidamente.
No cenário de chegada dos animais ao território gaúcho, a SEAPDR aponta que o prejuízo que a nuvem pode causar alcance a cifra de R$ 1 milhão por dia, dependendo da cultura.
Uma segunda nuvem vinda da Argentina foi vista pela última vez nas proximidades de Las Hacheras, na província del Chaco, a 608 quilômetros de Itaqui, na Fronteira Oeste. Ao longo de quarta-feira (22), ela voou, aproximadamente, 80 quilômetros em direção ao Brasil, e a explicação para tamanha mobilidade foi o calor de 30°C registrado em Las Hacheras, segundo Ritter.