
Empatia e ternura são características que marcaram a trajetória de Cilda de Lima Proença. Ela morreu aos 45 anos, nesta quarta-feira (5), após ser atropelada por um ônibus em Maquiné, no Litoral Norte. Moradora de Xangri-lá, ela deixa dois filhos.
Amigos e conhecidos, que ainda assimilam a perda recente, explicam que a técnica em radiologia era uma mãe comprometida e buscava estar presente na rotina do casal de filhos.
— Ela era sempre muito alegre, brincalhona. Era correta em tudo. Era uma mulher guerreira, que sempre batalhou para ofertar um futuro digno para os filhos — conta Sandra Hoffmann, 47 anos, amiga da vítima há 12 anos.
Além do cuidado com a família, Cilda buscava ser uma profissional empática, transmitindo positividade aos pacientes que frequentavam a clínica de radiologia em que trabalhava em Capão da Canoa.
— Ela vai deixar um vazio. Muitas mulheres saíam do exame de mamografia precisando só de uma pessoa que transmitisse confiança, conforto e até mesmo uma palavra de carinho. A Cildinha fazia isso. Com um sorriso contagiante, abraços e palavras de conforto, ela ajudou muitas mulheres — assinala Fabiana Hoffmann, 27 anos, que se tornou amiga da vítima há cerca de três anos.
A mesma gentileza era estendida aos amigos. Sandra relembra que a vítima tinha um "coração enorme" e sempre a apoiou nos momentos mais difíceis desta mais de uma década de amizade.
— Eu tive câncer e ela sempre tinha uma palavra de conforto. Eu e minha família fomos vítimas da enchente, perdemos tudo, e ela nos ajudou a arrecadar algumas coisas em Xangri-lá e nos mandou para cá (em Porto Alegre, onde Sandra mora com a família agora) — completa a amiga.
Colaboradora talentosa
A clínica na qual a vítima trabalhava se manifestou nas redes sociais nesta quarta-feira, lamentando a perda da colaboradora.
"Profissional talentosa, dedicada e que espalhava carinho e cuidado por onde estava", diz trecho da primeira nota publicada.
Em um segundo pronunciamento, a empresa decretou luto pela perda de Cilda e informou que permaneceria fechada ao longo desta quarta-feira. As atividades devem ser retomadas a partir das 12h de quinta-feira (6).
Despedida
O sepultamento da vítima está marcado para começar na quinta-feira (6), às 10h, no Cemitério Municipal de Xangri-lá. O velório deve acontecer ainda nesta quarta-feira, na Funerária Providência. O horário ainda não foi divulgado.
O acidente
Cilda de Lima Proença, 45 anos, morreu nesta quarta-feira (5) após ser atropelada por um ônibus a serviço da empresa Unesul. O acidente ocorreu na RS-407, em Maquiné, no Litoral Norte.
Conforme o Comando Rodoviário da Brigada Militar, ela dirigia um carro modelo HB20 quando perdeu o controle do veículo e capotou próximo a uma curva na altura do km 6.
Segundo os policiais, ela se deslocava em direção a Xangri-lá quando perdeu o controle. A mulher estava às margens da estrada, possivelmente para pedir socorro, quando foi atingida pelo ônibus.
O motorista do coletivo relatou que estava sem passageiros e não conseguiu visualizar a condutora em razão da falta de iluminação no trecho. Ele acionou o socorro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte da vítima no local.